Quem acompanha o mercado de ações já deve ter ouvido as expressões ‘bull market’ e ‘bear market’. Os investidores usam esses termos para descrever o sentimento do mercado em dado momento.
Mas o que eles significam? Quando usá-los? De onde surgiram?
Neste artigo, explicamos tudo sobre essas duas expressões corriqueiras do mercado financeiro americano — e que já foram incorporadas pelos investidores brasileiros.
O que é bull market
De forma bem simples, o bull market se refere aos mercados de alta — quando os investidores estão otimistas, comprando ações e fazendo o preço dos ativos listados na Bolsa subir.
O termo pode ser usado tanto para se referir ao mercado como um todo como para falar de uma ação ou ativo específico. Nesse caso, os investidores falam que estão ‘bullish’ com aquela ação.
Ex: “eu estou ‘bullish’ com a Petrobras. Acho que a ação deve subir muito nos próximos meses.”
O que é bear market
O oposto do bull market seria o bear market — quando os investidores estão pessimistas, vendendo suas ações e fazendo os preços caírem.
Da mesma forma que acontece no bull market, quando os investidores estão pessimistas com uma ação específica eles falam que estão ‘bearish’ com aquela ação.
De onde surgiu
Não se sabe ao certo de onde essas duas expressões surgiram, mas elas têm origem na figura de dois animais: o touro (bull, em inglês), e o urso (bear, em inglês).
O touro é o animal que representa o mercado em alta porque normalmente ele ataca seus inimigos empurrando o seu chifre para cima — em um movimento de alta.
Já o urso representa o mercado de baixa porque ele ataca batendo as suas patas para baixo — em um movimento de baixa.
Esses dois animais também são conhecidos por sua agressividade nos ataques. Isso também explica suas escolhas para representar esses momentos de mercado, já que são momentos de alta volatilidade, com o preço das ações variando muito e de forma agressiva.
Ainda que isso não seja uma regra, normalmente os investidores dizem que se está em um ‘bull market’ ou em um ‘bear market’ quando as ações sobem ou caem mais de 20% em relação ao vale ou ao pico em que estavam.
Outra explicação
Outra explicação para a origem dessas expressões, segundo o dicionário Merriam Webster, é nos comerciantes de pele de urso do século 18.
Muitas vezes, esses comerciantes vendiam as peles de urso antes de recebê-las. Dessa forma, eles estavam especulando sobre o preço futuro de compra dessas peles de urso — apostando que o preço iria cair, garantindo lucros maiores para eles.
Esses comerciantes passaram a ser conhecidos como “bears”, uma abreviação para “bearskins jobbers”. Segundo o Merriam Webster, eventualmente o termo pegou, sendo usado para descrever mercados em baixa.
Os ursos e touros eram considerados oponentes por conta de um esporte que fazia sucesso no passado (as lutas de ursos e touros). Por conta disso, para a situação oposta deu-se o nome de touro.
Uma das primeiras referências ao termo “bear” para descrever uma transação financeira foi feita em 1709 por Richard Steele, do jornal britânico The Tatler.
Em um dos artigos, o jornalista definiu um “bear” como uma pessoa que coloca um valor real em um objeto imaginário e por isso estava “vendendo um urso.”
Leia também >> IPO: o que é, como funciona e por que fazer
O touro de Wall Street
Os dois termos ficaram tão impregnados no inconsciente dos investidores americanos que a Bolsa de Nova York construiu um enorme touro em sua entrada.
O artista Arturo di Modica foi quem idealizou a estátua, em dezembro de 1989, com o objetivo de representar a pujança do mercado financeiro.
O touro acabou virando um ponto turístico — com milhares de viajantes visitando a estátua para tocar nas bolas do touro. (Reza a lenda, que elas ajudam a atrair riqueza.)
Exemplos de bear markets
Um exemplo recente de um bear market foi a crise de 2008. Nessa crise, os mercados de ações chegaram a cair mais de 40% nos Estados Unidos.
Durante a crise de 1929 — conhecida como o crash de Nova York — aconteceu outro bear market, que durou muitos e muitos anos.
