Georgios Frangulis: o fundador da Oakberry que levou o açaí para o mundo

georgios frangulis

A Oakberry tem mais de 600 pontos de venda em 22 países e um faturamento próximo a R$ 700 milhões — uma capilaridade que a coloca como uma das maiores redes de açaí do mundo.

Por trás desse sucesso — e do crescimento acelerado da rede — está Georgios Frangulis, um empreendedor que começou do zero, com quase nenhuma experiência em negócios mas muita vontade de fazer a empresa dar certo. 

Frangulis abriu a primeira loja da Oakberry em 6 de dezembro de 2016 com um investimento de R$ 300 mil. 

ASSINE NOSSA NEWSLETTER

As melhores dicas de finanças no seu email

Era um pequeno quiosque no Shopping Cidade São Paulo — que havia acabado de inaugurar na Avenida Paulista e que por isso estava com preços de aluguel mais atrativos. 

Para investir na primeira unidade, Frangulis contou com um pouco de sorte. Ele conseguiu os recursos quando ganhou o prêmio de um seguro de vida que ele tinha e que ele descobriu por acaso que cobria doenças graves. 

Como ele havia acabado de se tratar de um câncer, ele conseguiu receber um valor pela cobertura. 

Com esse dinheiro ele se juntou ao seu sócio, Renato Aidar, e investiu na primeira unidade da Oakberry, que foi um sucesso, estimulando os dois a abrir outras unidades e a expandir o negócio. 

Leia também >> Flávio Augusto: o jovem da periferia que criou um império da educação 

A família de Georgios Frangulis

Georgios Frangulis é nascido e criado em São Paulo. Mas sua família tem origem grega e austríaca por parte de pai, e italiana e francesa por parte de mãe. 

Seus avós paternos — Georgios e Margaret — se conheceram durante a Segunda Guerra Mundial. Seu avô combatia pelo lado dos aliados, quando foi preso na Áustria pelo exército alemão. Lá, conheceu sua esposa, e os dois fugiram juntos para o Brasil no final da década de 40. 

Nenhum dos dois falava português, e não tinha nenhum conhecimento do Brasil. No Brasil, os dois também também empreenderam. 

A vida antes da Oakberry

Frangulis é formado em direito. Ele já disse em entrevistas que fez a faculdade não porque pensava em atuar como advogado, mas porque achou que o conhecimento de direito poderia ajudá-lo em qualquer frente que ele decidisse atuar, dado a insegurança jurídica gigantesca do Brasil. 

Ele diz que sempre teve certeza que gostaria de empreender, porque era isso que o motivava e dava tesão na vida. 

Antes da Oakberry, ele trabalhou como corretor de imóveis, foi estagiário do Bradesco, onde ficou apenas seis meses. No final da faculdade, ele abriu um bar em São Paulo, que ele manteve até se mudar para os Estados Unidos.

Sua ideia ao ir para os EUA era atuar no mercado imobiliário americano, construindo casas em Miami para vender. O negócio acabou não dando certo pela forte apreciação do dólar, que inviabilizou a construção das casas no terreno que ele havia comprado junto com um sócio. 

Frangulis vendeu sua participação no terreno para seu amigo e voltou para o Brasil. 

O empreendedor diz que mesmo tendo dado errado essa experiência foi a que mais o ajudou, principalmente a entender como funciona o mercado americano. 

Depois de voltar para o Brasil, ele foi de novo para os EUA, para a Califórnia. Dessa vez, ele buscava apenas encontrar inspirações para novos negócios, sem nenhum plano em mente. Lá, ele diz que viu uma demanda muito forte por alimentação saudável e rápida — mas que havia poucas empresas fazendo isso dentro de um padrão de preço, branding e experiência, que é o que os americanos esperam. 

Com isso em mente, ele começou a olhar para o mercado de açaí e a desenhar o modelo de negócios da Oakberry.

Antes de abrir a rede no Brasil, ele tentou lançar a Oakberry na Califórnia. O problema: ele não tinha credit score, era muito jovem e quase ninguém conhecia açaí nos EUA. O resultado foi que ele não conseguiu convencer ninguém a alugar um bom ponto de venda para seu quiosque de açaí e ele acabou tendo que começar pelo Brasil.

A expansão da rede

Depois de abrir a primeira unidade, Georgis Frangulis e seu sócio decidiram partir para a segunda apenas três meses depois, abrindo outra unidade na Avenida Paulista. 

A terceira veio logo em seguida e depois a rede começou a expandir por franquia, um modelo que permitiu acelerar muito a expansão, já que os fundadores não tinham capital próprio suficiente para crescer num ritmo acelerado. 

A Oakberry cresceu geograficamente com uma estratégia de espiral. Ou seja, começou pelas áreas centrais de São Paulo, depois foi para o ABC e depois para o interior dos Estados. Ela replicou essa mesma estratégia nas outras cidades que foi entrando depois. 

Apesar de ter tido que começar no Brasil, o plano de Georgios Frangulis sempre foi internacionalizar a empresa. 

E assim que os fundadores perceberam que havia demanda de investidores de outros mercados, eles decidiram levar a marca para outros países. 

Isso aconteceu em 2018, quando alguns investidores estrangeiros conheceram a marca e ficaram interessados em levá-la para seus países. Os primeiros países que a Oakberry entrou foram os Estados e a Austrália — mas hoje já são 22 países com perfis bem distintos. 

Um mercado que surpreendentemente tem uma relevância grande para a Oakberry são os países árabes, como o Qatar e os Emirados Árabes. 

A Europa também tem uma relevância grande no negócio, com cerca de 100 unidades em vários países da região.