Bernard Arnault, da LVMH: a história do “lobo de cashmere”

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Bernard Arnault, o fundador e CEO do grupo de artigos de luxo LVMH, é um dos homens mais ricos do mundo.

Sua fortuna é estimada hoje em mais de US$ 158 bilhões, colocando ele atrás apenas de Elon Musk na lista dos maiores bilionários do planeta.

Bernard fundou a LVMH em 1987 e transformou a empresa em um conglomerado de luxo com mais de 70 marcas diferentes — incluindo Louis Vuitton, Christian Dior, Dom Pérignon, Sephora e TAG Heur.

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As diversas aquisições que ele fez — e as guerras que teve que travar nos negócios para chegar onde chegou — lhe rendeu apelidos pouco elogiosos como “o lobo de cashmere”, “Maquiavel das Finanças”, e “Sun Tzu do luxo.”

Mas quem é Bernard Arnault? Qual sua história? Como ele chegou onde está?

Quem é Bernard Arnault

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Imagem: Divulgação/Manual do Financês

Bernard Arnault nasceu em 1949 em Roubaix, uma cidade industrial no Norte da França onde seus pais eram donos de uma empresa de construção civil.

Filho de Jean Arnault e Marie-Josephe Savinel, Bernard foi o primeiro filho do casal. Alguns anos depois, nasce sua irmã mais nova, Dominique, que morreu em 2006. 

Quando Bernard tinha dez anos, ele viu a morte de seu avô, o que fez ele se mudar com sua avó para que ela não ficasse sozinha. Bernard já comentou diversas vezes sobre a importância de sua avó em sua vida.

Ele também já disse algumas vezes que sua mãe teve duas grandes influências em seu crescimento: a paixão pelo piano, que ele toca até hoje, e a obsessão pela marca Christian Dior — que acabou sendo a primeira marca de seu conglomerado.

Desde cedo, Bernard já sabia o que queria fazer: trabalhar na empresa da família. Isso fez com que ele se formasse em engenharia civil em 1971 na École Polytechnique — uma das faculdades mais difíceis de entrar da França e uma das mais respeitadas.

Logo após se formar, Bernard foi trabalhar com seu pai na Ferret-Savinel, onde já entrou como chief construction officer. 7 anos depois, ele já era o CEO da empresa.

Em 1981, Bernard se mudou para os Estados Unidos com sua primeira mulher e filhos depois que o Partido Socialista ganhou as eleições na França e ameaçou taxar mais os ricos.

Lá, ele teve contato pela primeira vez com o jeito americano de fazer negócio e expandiu os negócios da família desenvolvendo alguns empreendimentos em Palm Beach.

Três anos depois, com a saída do Partido Socialista, ele voltou para a França, onde começou a dar os primeiros passos que deram origem ao grupo LVMH.

Leia também >> Rogério Xavier: a história do fundador da SPX

A entrada no luxo

A entrada de Bernard Arnault no luxo se deu em 1984, quando ele decidiu comprar a Boussac, um conglomerado francês muito conhecido mas que estava quebrado na época. 

O Boussac era dono de várias marcas e da rede de supermercados Bon Marché.

Mas o grande objetivo de Bernard com a compra era um só: adquirir a The House of Dior, a marca de artigos de luxo que sua mãe amava.

Em uma entrevista à CNBC, Bernard disse que decidiu fazer a compra porque percebeu que a Dior estava extremamente subvalorizada ao mesmo tempo em que tinha um potencial enorme. Segundo ele, o movimento foi muito arriscado porque a empresa era muito maior do que a companhia de seu pai.

Logo após a compra, Bernard demitiu mais de 8 mil funcionários e começou a vender boa parte dos outros ativos do conglomerado — usando os recursos para fazer outros investimentos.

A construção da LVMH

Em 1987, após a fusão da Louis Vuitton com a Moët Hennesy, que deu origem ao LVMH, o então CEO da Louis Vuitton e número dois do grupo, Henry Recamier, procurou Bernard Arnault para que ele investisse no negócio.

Sua ideia era conseguir um aliado na disputa interna que ele estava travando com o CEO do grupo Alain Chevalier, que havia vindo da Moët.

Enquanto os dois brigavam, Bernard foi comprando mais ações do grupo até se tornar o controlador — tirando os dois antigos líderes do comando do negócio.

Com o tempo, o grupo LVMH foi fazendo diversas outras aquisições de marcas de luxo — transformando-se em um colosso com um faturamento de mais de US$ 60 bilhões.

Entre as aquisições emblemáticas que Bernard fez nos últimos anos estão a compra do grupo de hotelaria de luxo Belmond, que é dono, por exemplo, do Copacabana Palace no Brasil; e a compra da Tiffany’s em 2020, um dos maiores negócios do grupo.

A LVMH pagou US$ 16 bilhões pela marca.

Amor pelas artes

Além do mundo dos negócios, Bernard Arnault tem uma paixão pelo mundo das artes. 

O empresário é dono de uma extensa coleção de arte, incluindo obras de artistas renomados como Picasso, Andy Warhol e Damien Hirst.

Em 2014 ele abriu em Paris a Fundação Louis Vuitton, um prédio destinado à exposição de arte contemporânea e espetáculos de arte.

Em 2017, o empresário também financiou a reforma do Museu Nacional das Artes e Tradições Populares da França, que custou mais de US$ 150 milhões.

O museu, que havia sido construído em 1972, estava desocupado desde 2005 e foi transformado em um centro de artes e ofícios multicultural.