Rogério Xavier: a história do fundador da SPX

Rogério Xavier, o fundador da gestora SPX, é um dos investidores mais respeitados do Brasil no segmento de fundos multimercado.

Não é para menos. Em pouco tempo, Xavier construiu uma das maiores gestoras independentes do Brasil com mais de R$ 80 bilhões em recursos sob gestão e 230 funcionários, dos quais 50 são sócios.

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A SPX nasceu em São Paulo, abriu uma filial no Rio e já ganhou o mundo — abrindo escritórios em Londres (onde Xavier mora hoje), Nova York e Portugal.

Como ele fez tudo isso?

Confira abaixo a história e a carreira do fundador da SPX.

A história de Rogério Xavier

Rogério Xavier nasceu em São Paulo, mas se mudou logo cedo com a família para o Rio de Janeiro, onde passou toda a infância e juventude.

Já na adolescência começou a trabalhar dando aulas particulares de química a pedido de seus professores.

O interesse pelo mercado financeiro também começou cedo: depois que ele leu uma reportagem sobre um operador de moedas na Ásia, do Bankers Trust, que dizia ter ganho US$ 3 milhões apenas naquele ano.

Ele se encantou com a perspectiva de ter uma alta remuneração — que fosse atrelada a sua performance.

Ele também disse que achou aquela profissão muito desafiadora e estimulante.

Com esse objetivo em mente, Xavier foi fazer o curso de administração na PUC Rio. Já no primeiro ano foi tentar um estágio nos dois bancos que ele considerava de referência: o Multiplic e o Garantia.

O início da carreira

O Garantia — o lendário banco fundado por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles — gostou do jovem Xavier mas achou que ainda era muito cedo para ele começar.

Um ano depois o banco ligou para ele com a oportunidade. Xavier embarcou de imediato sem nem saber quanto iria ganhar e o que iria fazer.

Ao chegar lá, descobriu sua função: trabalhar como uma espécie de office boy, dando suporte à área de liquidação. Na prática, ele ficava levando a documentação das operações de mercado aberto para o Banco Central, como relatou ao Valor.

Depois desse início, ele foi promovido para a mesa de operações, onde trabalhava das 7h da manhã até as 3h da madrugada.

Apesar de ter começado no Garantia, o banco onde ele passou boa parte de sua carreira foi o BBM (hoje chamado de Bocom BBM). 

Ele entrou lá logo após sair do Garantia e ficou mais de 20 anos, chegando a se tornar sócio do banco e passando 10 anos como o responsável pela tesouraria.

Rogério Xavier funda a SPX

Rogério Xavier fundou a SPX em 2010 depois de sair do BBM. Ele criou a gestora junto com dois sócios — Bruno Pandolfi e Daniel Schneider — e estruturou o negócio como uma partnership, na qual uma parte relevante dos funcionários pode se tornar sócio da gestora.

Hoje, a SPX tem 50 sócios dos 230 funcionários.

O nome da gestora faz referência ao sobrenome dos três fundadores: o S vem de Schneider, o P de Pandolfi e o X de Xavier.

A gestora nasceu focada apenas em fundos multimercados — que tem mandato para investir em diferentes classes de ativos.

Os dois principais fundos da casa são o Nimitz e o Raptor, que deram retornos expressivos desde o início, superando com muita folga o CDI. 

Com o tempo, a SPX adicionou também fundos de ações e, nos últimos anos, passou a diversificar ainda mais o perfil da gestora.

Em 2021, ela entrou em private equity ao assumir as operações do Carlyle no Brasil. Um pouco depois, fechou um acordo com a Cyrela Commercial Properties para entrar também no mercado de fundos imobiliários.

Essa diversificação na atuação da gestora tem a ver com a perenidade do negócio.

Xavier quer garantir que a SPX se transforme em um grupo multi estratégia que tenha bons resultados independente do momento macroeconômico.

Se em um ano específico os fundos multimercados forem mal, os outros fundos da casa podem ir bem — compensando aquele resultado negativo e garantindo que a gestora não tenha que demitir.

Em outras palavras: a gestora está pulverizando o seu risco, que até pouco tempo era muito concentrado nos fundos multimercados.

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A importância do esporte 

Rogerio Xavier, da SPX, tem no esporte uma de suas grandes paixões.

Ele pratica exercício físico todos os dias antes do expediente, entre as 6h e às 7h30, e joga tênis desde os seis anos de idade.

Ele também pratica vôlei, golfe e já correu algumas maratonas.

Em uma entrevista ao Valor, ele disse que o esporte sempre foi muito importante em sua vida, já que o ensinou a perder e a aguentar a pressão nos momentos mais importantes e decisivos de sua vida. 

Segundo ele, o esporte também o ensinou a não ter medo e a ter confiança nele mesmo e no time.

A paixão pelo esporte também acaba interferindo no processo de contratação da SPX. A gestora já disse algumas vezes que gosta de pessoas que tenham afinidade com o mundo dos esportes.

Isso acontece, segundo a SPX, porque essas pessoas já estão acostumadas a trabalhar sob pressão — algo fundamental na gestão de recursos.

Para ele, o esporte é um exercício de estratégia, perseverança e de atingir seus limites. Além disso, ele acredita que o esporte ensina a jogar dentro das regras e de forma ética.