ETFs: entenda como funcionam os fundos passivos

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Warren Buffett, o maior investidor de ações do mundo, já disse algumas vezes que o investidor comum deveria priorizar os ETFs — em vez de investir diretamente em uma cesta de ações.

A importância desses ativos, portanto, é gigantesca, e está crescendo cada vez mais no Brasil.

Mas o que são os ETFs? Como funcionam esses fundos de investimentos?

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O que são os ETFs

Os ETFs (exchange-traded funds) são fundos que normalmente seguem algum índice de ações específico — por exemplo, o Ibovespa ou o S&P 500 — ou a variação de uma commodity ou de uma cesta de títulos de renda fixa.

Diferente da maioria dos fundos, os ETFs são negociados nas Bolsas de Valores, com o seu preço variando todos os dias dependendo das negociações.

Esses fundos se tornaram muito populares ao longo do tempo porque são uma forma simples e barata do investidor se expor a determinado setor ou tese.

Como os ETFs na maioria das vezes são fundos passivos — ou seja, apenas acompanham um índice sem um trabalho ativo do gestor — as taxas de administração costumam ser bem baixas, abaixo de 0,1% em muitos casos.

Basicamente, esses fundos vão seguir algum índice de algum mercado determinado — comprando exatamente as ações que compõem aquele índice e na exata proporção que cada uma delas têm do índice.

Sendo assim, nesse tipo de investimento o mais importante é escolher o índice certo e o momento adequado para comprar.

Leia também >> O que é um FIP-IE? Entenda os fundos de infraestrutura 

Exemplos de ETFs

No Brasil, um dos ETFs mais conhecidos é o BOVA11, que segue o índice Ibovespa.

Em outras palavras: o BOVA11 pega todo o dinheiro que os investidores alocaram no fundo e investe em ações de forma a replicar exatamente a mesma composição do índice Ibovespa.

Se a ação da Vale responder por 20% do índice Ibovespa naquele dado momento, o BOVA11 vai ter 20% de sua carteira em Vale.

Se daqui três meses a composição do Ibovespa for reajustada e a Vale passar a representar 15% do índice, o BOVA11 vai fazer esse ajuste em sua carteira.

Com isso, ele permite que o investidor se exponha à Bolsa de Valores sem o trabalho de escolher as ações e acompanhar o seu desempenho. Ele precisa apenas escolher um índice que confie e deixar o tempo fazer o restante.

Benefícios dos ETFs

Além de ser uma forma simples e barata de se expor a determinado mercado, os ETFs também são uma ótima forma de diversificar a carteira de investimentos.

Como os fundos passivos são compostos por dezenas de ações diferentes — o BOVA11, por exemplo, tem cerca de 70 papéis — ele é uma boa forma de diversificação.

Com isso, o investidor consegue eliminar todo o risco individual das ações e passar a correr apenas o risco conjuntural do mercado.

É possível também montar uma carteira diversificada geograficamente com os ETFs, já que existem ETFs que replicam índices de diversos países, bem como investir em commodities e em moedas por meio deles.

Existem também ETFs temáticas, que existem em apenas um setor (como o de energia), em um nicho (como o de cannabis), ou ainda em uma tese (como dividendos).

Tipos de ETFs

Como explicamos acima, existem diversos tipos de ETFs diferentes — cada um atendendo uma proposta distinta.

Alguns dos principais são:

Ações 

Os ETFs de ações existem em ações de empresas listadas na Bolsa de Valores. 

Para isso, na maioria das vezes eles seguem um índice mais generalista como o Ibovespa, índice de Small Caps ou o S&P 500 e o Nasdaq nos EUA.

Alguns dos maiores ETFs de ações são o BOVA11 e o SMAL11 no Brasil e o QQQ (que segue o índice Nasdaq 100) e o IVV (que segue o índice S&P 500) nos EUA.

Setoriais

Os ETFs setoriais são aqueles que investem em ações de apenas um setor específico. Esses ETFs podem comprar ações apenas do setor de tecnologia, apenas do setor de energia ou apenas do setor de cannabis, por exemplo.

Alguns exemplos de fundos passivos setoriais listados nos EUA são: VNQ, que investe apenas em ações do setor imobiliário (os REITs); o VGT, que investe apenas em empresas de tecnologia da informação; e o YOLO, que investe apenas em companhias de cannabis.

Títulos de renda fixa

Outro tipo de ETF bem comum são os de renda fixa, que compram títulos de dívidas corporativas ou dos governos. Esses ETFs são bem comuns nos EUA, mas mais raros no Brasil.

Alguns exemplos de ETFs de renda fixa nos EUA são: EMB, que compra títulos de renda fixa de empresas de países emergentes; o BND, que compra títulos de dívida de empresas dos EUA; e o SHY, que compra títulos do tesouro americano.

Outros tipos de ETFs bem comuns são os de moedas, commodities e os focados em dividendos, como o NOBL e o SDIV.