Private equity: o que é, como funciona e as maiores gestoras 

private equity o que é

Private equity é um termo muito comum no mercado financeiro. Mas muita gente ainda não entende exatamente o que ele significa, e como esse tipo de investimento funciona. 

Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é private equity, quando essa indústria foi criada e como esse investimento funciona.

Private equity: o que é

O investimento de private equity nada mais é do que o aporte feito em empresas que ainda não são listadas na Bolsa de Valores. 

Esse investimento é feito principalmente por fundos de private equity, que levantam recursos com vários investidores (os cotistas do fundo) para buscar empresas privadas para investir.

O grande atrativo do private equity é, em tese, ele permite gerar retornos maiores do que o investimento na Bolsa de Valores.

Isso acontece porque poucos investidores conseguem investir nas empresas privadas, o que permite aos fundos de pagar preços mais atrativos. 

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Como funciona esse investimento

Depois que os fundos de private equity compram participações em empresas privadas, eles trabalham junto com essas companhias de forma ativa para fazê-las crescer.

O objetivo é aumentar a receita e o lucro dessas companhias para depois de alguns anos vender sua participação para um terceiro.

Os fundos normalmente ficam investidos nas empresas por prazos de quatro a sete anos. Depois desse período, eles começam a buscar o que eles chamam de uma ‘saída’. 

Uma ‘saída’ basicamente é uma outra empresa que possa comprar a companhia em que eles investiram ou fazer um IPO (que é uma oferta de ações na Bolsa de Valores).

Private equity vs. venture capital

Diferente do venture capital, que explicamos aqui, os fundos de private equity não investem em startups — empresas que ainda estão em um estágio muito inicial de maturidade.

Os fundos de private equity buscam empresas já maduras e com modelos de negócio comprovados — mas que ainda não tenham feito um IPO.

Os gestores normalmente vão buscar comprar participações relevantes nas empresas (ou até o controle), de forma a ter uma posição de influência na gestão do negócio.

Algumas vezes, os fundos de private equity também investem em empresas que estão passando por dificuldade com o objetivo de fazer uma reestruturação do negócio — e depois vendê-los mais caro no futuro. 

De onde vem o dinheiro

Como esse é um tipo de investimento mais arriscado e de longo prazo, ele não é acessível para todo mundo. 

Os fundos de private equity costumam levantar dinheiro com grandes investidores institucionais (como fundos de pensão) ou com famílias ricas. 

Por conta disso, os valores mínimos para investir em um fundo desse tipo costumam ser bem altos, ainda que eles variem de gestora para gestora.

Por esse trabalho de investir o capital de seus cotistas, as gestoras de private equity cobram dois tipos de taxa. A primeira é a taxa de administração, que é paga todos os anos e gira em torno de 2% (ela também varia de gestora para gestora).

Outra remuneração que a gestora ganha é a taxa de performance, que é cobrada quando o fundo é encerrado e o capital vai ser devolvido aos cotistas. 

A taxa de performance gira em torno de 20% do retorno que os gestores geraram no período acima de um índice preestabelecido.

Maiores firmas do mundo

No mundo, existem milhares de fundos de private equity — mas alguns deles se destacam da multidão, seja pelo tamanho dos ativos que eles têm sob gestão, seja pelos retornos que geraram ao longo da história.

Abaixo, listamos algumas das maiores gestoras do mundo, todas com sede nos Estados Unidos.

Blackstone

A Blackstone foi fundada em 1985 em Nova York. A gestora tem mais de US$ 881 bilhões em ativos sob gestão, mas nem tudo está em private equity.

Em fundos de private equity, ela tem cerca de US$ 100 bilhões em ativos.

KKR

Outra gestora de private equity muita conhecida e respeitada no mercado é a KKR. 

Fundada em 1976, também em Nova York, ela tem US$ 459 bilhões em ativos sob gestão. 

CVC Capital Partners

A CVC Capital Partners tem US$ 122 bilhões em ativos sob gestão — a grande maioria em fundos de private equity (US$ 92 bilhões).

Fundada em 1981, ela tem mais de 110 companhias em seu portfólio atual de investimentos.

The Carlyle Group

Com sede em Washington, o The Carlyle Group é outro gigante da gestão de recursos.

O grupo tem US$ 293 bilhões em ativos sob gestão, com uma parte relevante disso em private equity (cerca de US$ 160 bilhões).

A data de sua fundação é 1987.

TPG Capital

Fundada em 1992 em São Francisco, a TPG Capital tem pouco mais de US$ 100 bilhões em ativos sob gestão. 

Uma de suas transações mais conhecidas foi a compra da varejista de pets Petco em 1993. Outra transação famosa foi a compra do Burger King em 2002.

Warburg Pincus

A Warburg Pincus tem mais de US$ 70 bilhões investidos em mais de 230 companhias. A gestora já fez, inclusive, alguns investimentos no Brasil — incluindo um aporte na Petz antes da varejista de pets fazer IPO. 

A gestora foi fundada em 1966 em Nova York.

História da indústria

Apesar da maioria das pessoas associarem a indústria aos Estados Unidos, suas raízes remontam a Grã-Bretanha do século 18.

Foi nos empreendedores dessa época que os primeiros vestígios de investimentos de private equity apareceram. Esses empreendedores buscavam famílias ricas para financiar seus projetos de negócios de alto risco.

Nos Estados Unidos, a indústria começou a aparecer no século 19 ligado as empresas do setor têxtil e de ferrovias. 

Nesse período, bancos socorreram grandes ferrovias, que não conseguiam mais atrair capital de famílias ricas, como explicado neste artigo.

Esses bancos reestruturaram suas operações mudando sua diretoria — uma prática bem comum entre os private equity de hoje em dia. 

Ainda assim, as duas primeiras gestoras de private equity dos Estados Unidos são consideradas a American Research and Development Corporation (ARDC) e a J.H. Whitney & Co, que só surgiram nos anos 1940.