Dividend yield: entenda essa métrica e aprenda a calcular

dividend yield

O dividend yield é uma das métricas mais importantes do mundo dos investimentos — especialmente para quem investe em ações e em fundos imobiliários com o objetivo de gerar uma renda passiva.

Essa métrica mostra, percentualmente, o quanto uma ação ou um fundo imobiliário específico dá em rendimento de dividendos por ano. Para isso, divide o valor pago em dividendos pelo valor que o ativo negocia hoje na Bolsa de Valores.

Com esse dado, o investidor consegue ter uma ideia de quanto aquele ativo vai lhe gerar de retorno em dividendos — podendo calcular, por exemplo, em quantos anos ele teria o dinheiro que investiu de volta apenas com esses dividendos.

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Como calcular o dividend yield

Calcular o dividend yield é relativamente simples — ainda que muita gente fique em dúvida de como chegar nesse número. 

Basta pegar o quanto uma ação ou um fundo imobiliário pagou em dividendos por ação/cota nos últimos 12 meses e dividir pelo valor que a ação/cota está negociando hoje na Bolsa.

Como exemplo, vamos pegar uma ação que negocia hoje a R$ 100 na Bolsa e que pagou R$ 10 em dividendos ao longo dos últimos 12 meses.

O dividend yield dessa ação hoje seria de 10%, já que 100 dividido por 10 dá 10.

Dinâmica do dividend yield 

O dividend yield de uma ação ou de um fundo imobiliário pode mudar por algumas razões.

A primeira é o preço da ação ou da cota. 

Se o preço cair, o dividend yield vai subir, já que o investidor vai estar pagando mais barato pelo mesmo retorno em dividendos. Se o preço subir, vai acontecer o oposto.

A segunda razão é o valor absoluto dos dividendos distribuídos pela empresa ou FII. Se a empresa passar a pagar mais dividendos a seus acionistas — e o preço dela continuar o mesmo — o dividend yield vai subir também.

Com isso em mente, fica claro que, para um investidor buscando montar uma carteira de ações e fundos imobiliários que lhe gere uma renda passiva, o mais interessante é que o preço dos ativos caiam (já que ele vai conseguir comprar o mesmo rendimento em dividendos por um preço menor)

Isso, é claro, se os fundamentos da empresa ou FII se mantiverem os mesmos.

Ponto de atenção

Apesar de ser uma métrica muito importante dos investimentos, o dividend yield não pode ser olhado individualmente — já que algumas situações podem distorcer esse indicador. 

Um ponto muito importante para ficar atento é de onde esse dividendo está vindo. Se a empresa teve um lucro extraordinário nos últimos trimestres pela venda de uma operação, por exemplo, ela pode fazer uma distribuição muito grande de dividendos aos acionistas de forma pontual.

Esse dividendo, no entanto, não será recorrente.

Um investidor desavisado pode acabar comprando aquela ação olhando apenas para o dividend yield (que é baseado nos dividendos dos últimos doze meses) e se surpreender quando o dividendo vier muito menor nos trimestres seguintes. 

Dividend yield on cost

Além do dividend yield, há uma outra métrica muito parecida que também e que também é muito usada no mundo dos investimentos: o dividend yield on cost.

Essa métrica é quase igual ao dividend yield — mas com uma pequena diferença.

Em vez do investidor dividir os dividendos pagos pela ação ou fundo imobiliário pelo valor que os ativos negociam hoje na Bolsa, ele vai dividir pelo preço médio que ele pagou em suas compras.

Por exemplo, um investidor que comprou 100 ações de uma empresa em três compras diferentes — uma a R$ 10, outra a R$ 10,50 e a última a R$ 9,90 — terá um preço médio de R$ 10,13.

Para esse investidor, é interessante saber também quanto ele vai receber de retorno em dividendos em relação ao preço que ele pagou por suas ações — e não apenas pelo preço que a ação negocia hoje na Bolsa (que pode ser muito maior ou menor do que ele pagou). 

Nesse exemplo, o investidor dividiria os dividendos pagos pela empresa nos últimos 12 meses (R$ 1, hipoteticamente) pelo preço médio de suas compras (R$ 10,13), chegando em um dividend yield on cost de 9,8%. 

Ativos que pagam dividendos

Os principais ativos que pagam dividendos hoje na Bolsa de Valores brasileira são os fundos imobiliários, as ações e os FIP-IEs (fundos de infraestrutura focados em renda).

Mas é importante lembrar que nem todas as ações pagam dividendos. Normalmente, as empresas que pagam mais dividendos são aquelas que já estão muito maduras e que não tem mais tantas possibilidades de crescimento.

Sendo assim, elas preferem alocar o dinheiro que geram com o lucro da operação distribuindo dividendos a seus acionistas do que investindo no crescimento da operação.

Empresas menores que ainda tem muitas opções de crescimento normalmente preferem usar os recursos que geram com o lucro reinvestindo no negócio. 

Portanto, na hora de analisar uma empresa dessas, olhar o dividend yield pode não ser o melhor caminho. Já quando o investidor estiver analisando empresas grandes e maduras, olhar o dividend yield faz muito mais sentido.