Todo mundo conhece Mark Zuckerberg como o gênio por trás do Facebook — uma rede social acessada por bilhões de pessoas todos os dias e que mudou a forma como as pessoas interagem entre si.
Mas o que talvez pouca gente saiba é que na fundação do Facebook um brasileiro talvez estava lá: Eduardo Saverin, que é hoje um dos brasileiros mais ricos do mundo.
Saverin conheceu Mark Zuckerberg em Harvard, onde cursava a faculdade de economia. A dupla fazia parte de uma mesma fraternidade na universidade e acabou construindo uma amizade.
Em 2004, os dois se reuniram no dormitório de Zuckerberg junto com Chris Hughes e Dustin Moskovitz e criaram um site chamado The Facebook.
O resto é história…
Quem é Eduardo Saverin
Mas quem é Eduardo Saverin? Qual sua história? O que ele está fazendo hoje?
Para começar, vamos contar como ele está hoje. Spoiler: o final da história é extremamente feliz. Saverin é um dos maiores bilionários brasileiros, com uma fortuna estimada pela Forbes em mais de US$ 20 bilhões, quase a mesma fortuna de Jorge Paulo Lemann.
A fortuna de Saverin veio basicamente do Facebook, já que ele tinha uma participação relevante na empresa, que ele foi vendendo ao longo do tempo. Ele ainda tem uma fatia bem pequena na empresa, mas já não tem relação nenhuma com o Facebook há décadas.
Saverin mora hoje em Singapura, junto com sua mulher, Elaine Andriejanssen (que é natural de Singapura), e seu filho. O empreendedor se dedica basicamente ao B Capital Group, uma gestora de venture capital que faz investimentos em startups e empresas de tecnologia.
Saverin é extremamente low profile e reservado. Ele dá pouquíssimas entrevistas e o que se sabe é que ele ama jogar xadrez e estudar eventos meteorológicos (como furacões, tornados e tsunamis).
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A biografia de Eduardo Saverin
Eduardo Saverin nasceu em 19 de março de 1982 na cidade de São Paulo — mas ele ficou pouco tempo no Brasil.
Aos 11 anos, Saverin se mudou para Miami com seus pais e irmãos para fugir da crise econômica que afetava o Brasil — que sofria com a hiperinflação e uma queda expressiva do PIB.
Nos EUA, o pai de Eduardo, o empresário Roberto Saverin, fundou uma empresa de exportação de medicamentos, que deu certo e garantiu o sustento da família.
Para ficar claro, dinheiro nunca foi um problema para a família de Saverin. O avô do empreendedor foi o fundador da fábrica de roupas infantis Tip Top, que criou os primeiros macacões para crianças do Brasil e que foi um grande sucesso por décadas.
No ensino médio, Saverin estudou na Gulliver Preparatory School, em Miami. Logo que se formou, entrou no curso de economia de Harvard.
Na faculdade, Saverin foi o presidente da associação de investimentos, um grupo de alunos da universidade que se reunia para debater temas ligados a investimentos em ações.
Ele também teve um grande sucesso com um investimento que fez em ações do setor de petróleo — aproveitando uma brecha na regulação brasileira de insider trading, segundo relatos da imprensa.
Na época, ele teria ganho cerca de US$ 300 mil com o investimento — usando uma pequena parte disso para financiar a fundação do Facebook.
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A fundação do Facebook
Eduardo Saverin fundou o Facebook em 2004 junto com Mark Zuckerberg e outros três alunos de Harvard que entraram um pouco depois: Andrew McCollum, Dustin Moskovitz e Chris Hughes.
No início, a ideia era criar uma plataforma de comunicação interna apenas entre os alunos de Harvard.
O Facebook fez tanto sucesso, no entanto, que dois anos depois eles decidiram abrir a plataforma para qualquer pessoa com mais de 13 anos — uma decisão que fez a rede social explodir.
Para fundar o Facebook, Saverin colocou US$ 1 mil e ficou responsável pela parte financeira do negócio, ganhando 30% do capital da empresa.
Já Zuckerberg, que ficou responsável por programar toda a plataforma, ficou com os 70% restantes.
A importância de Saverin no início da empresa foi tamanha que o primeiro endereço comercial do Facebook foi a casa dos pais de Saverin em Miami.
O conflito entre os fundadores
Com o tempo, no entanto, a relação dos dois acabou se deteriorando, o que culminou na saída de Saverin da empresa logo no início. A relação dos dois foi retratada no filme A Rede Social, da Netflix.
A imprensa também publicou matérias sobre o assunto, que dizem que Zuckerberg procurou advogados para discutir formas de diminuir o poder e tirar o brasileiro da sociedade.
Zuckerberg chegou a falar certa vez que “ele deveria criar a empresa, obter financiamento e fazer um modelo de negócio. Ele falhou em todos os três.”
Para tirar Saverin do negócio, Zuckerberg contratou Sean Parker para exercer as funções dele e induziu o brasileiro a assinar documentos que diluíram sua participação na empresa.
Quando saiu do Facebook, Saverin teve que recorrer à Justiça para garantir que seu título de cofundador fosse reconhecido e que ele mantivesse uma pequena participação na empresa — suficiente para torná-lo bilionário com o crescimento brutal do Facebook.
Eduardo Saverin deixa os EUA
Em 2012, Eduardo Saverin voltou novamente aos noticiários quando decidiu renunciar sua cidadania americana — depois de ter se mudado para Singapura com a mulher e o filho três anos antes.
Na época, surgiram boatos de que ele havia feito isso apenas para evitar o pagamento do imposto de 15% sobre o ganho de capital que ele deveria pagar por conta do IPO do Facebook.
Saverin sempre negou essas acusações, apesar de Singapura de fato não cobrar esses impostos.
Eduardo Saverin volta a empreender
Em Singapura, Saverin voltou a empreender com a B Capital Group — uma gestora de venture capital que ele fundou junto com Raj Ganguly, um ex-executivo da Bain Capital e amigo de Harvard de Saverin.
A gestora já levantou US$ 1,5 bilhão para investir em startup na Ásia, Europa e EUA.
A gestora já fez diversos investimentos em empresas como a Evidation Health, de saúde, a Bird, de patinetes elétricos, e a NinjaVan, de logística.