Flávio Augusto: o jovem da periferia que criou um império da educação 

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A vida do empresário Flávio Augusto preenche todas as caixinhas de uma clássica história de superação.

Nascido e criado na periferia do Rio de Janeiro, no bairro de Jabour, Flávio teve uma infância pobre e difícil.

Ele estudou sua vida inteira em escolas públicas, nunca fez universidade e muito menos curso de inglês na juventude. Filho de um pai militar e de uma mãe professora da rede pública, ele soube desde cedo o significado da palavra escassez.

Ainda assim, Flávio conseguiu romper as estatísticas e construir uma das trajetórias mais bem sucedidas do Brasil no mercado de educação.

Flávio Augusto cria a Wise Up

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Tudo começou aos 19 anos, quando Flávio Augusto conseguiu um emprego vendendo cursos de inglês — na época, ele fazia as vendas por meio de orelhões telefônicos.

Flávio se deu tão bem na função de vendedor que em quatro anos ele já havia sido promovido a diretor comercial regional da escola de inglês.

Não satisfeito, o jovem empreendedor viu a oportunidade de criar seu próprio negócio: uma escola de inglês focada em adultos que precisavam aprender rápido o idioma. 

O único problema: ele não tinha o dinheiro.

Para dar o ponta inicial, ele acabou pegando R$ 20 mil emprestados no banco, usando o cheque especial de sua conta e pagando juros de 12% ao mês.

Assim nasceu a Wise Up, em 1994.

A aposta arriscada deu resultado e e em um ano Flávio já havia conquistado seu primeiro milhão com a Wise Up. Na sequência, ele abriu a segunda unidade da rede em São Paulo, que em um ano já tinha um faturamento de R$ 500 mil por mês.

Com os bons números, Flávio decidiu começar uma expansão mais agressiva, abrindo mais 24 unidades rapidamente.

O ápice da carreira de Flávio Augusto aconteceu em 2013, quando ele vendeu a Wise Up, na época uma rede com mais 330 escolas franqueadas espalhadas por 89 cidades do Brasil e mais de 76 mil alunos, para a Abril Educação.

A venda foi feita por R$ 877 milhões, dividido parte em um pagamento a vista e parte em parcelas pagas ao longo dos anos seguintes.

A reviravolta da história, no entanto, aconteceu dois anos depois, quando Flávio recomprou a Wise Up por menos da metade do valor, em meio a uma crise do Grupo Abril, que foi obrigado a se desfazer de ativos.

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Flávio Augusto cria a Wiser

Após a recompra da Wise Up, Flávio Augusto decidiu fundir a rede de escolas de idiomas com alguns ativos de educação do empresário Carlos Wizard, dando origem à holding de educação Wiser. 

Além da Wise Up, a Wiser tem focado sua expansão em negócios de educação que sejam focados no mundo digital. 

A Wiser já comprou a Conquer, uma escola focada nas chamadas soft skills para profissionais da nova economia, e a AprovaTotal, que oferece cursos de preparação para o vestibular para jovens. 

A holding também controla a MeuSucesso, uma plataforma de ensino que usa vídeos com cases de empreendedores de sucesso para ensinar sobre empreendedorismo e negócios, além da EuMilitar, de concursos para militares, a Vende-C, de cursos de vendas, e a BuQme, focada em livros. 

Flávio também é o fundador da T-BDH Capital, um fundo de investimentos que investe em negócios no Brasil e no mundo. 

A Geração de Valor

Além de tocar seus negócios, Flávio Augusto administra desde 2011 um perfil no Facebook e Instagram chamado Geração de Valor.

Nas redes sociais, ele posta dicas de empreendedorismo e de como se dar bem nos negócios. A página já tem mais de 3 milhões de seguidores no Facebook e 4 milhões no Instagram.

O empresário também escreveu uma trilogia de livros com esse mesmo nome, onde ele dá dicas de negócios, mas também passa ensinamentos sobre aspectos mais gerais da vida. 

Outro livro que ele escreveu é o Ponto de Inflexão, que mostra como grandes decisões podem impactar nossas vidas e a necessidade de fazer as escolhas corretas nesses momentos. 

A entrada no futebol

Flávio Augusto também ganhou notoriedade internacional por ter comprado o time de futebol americano Orlando City. 

Em 2013, após a venda da Wise Up, o empresário pagou R$ 240 milhões pelo time, que na época fazia parte da USL, a liga de menor importância do futebol dos Estados Unidos. 

Dois anos depois, o Orlando City já havia conseguido ingressar na MLS, a liga de maior destaque, com o jogador brasileiro Kaká como um dos destaques do time. 

Em 2017, o time construiu seu primeiro estádio, com capacidade para 25 mil pessoas, e, 2021, contratou o jogador brasileiro Alexandre Pato. 

Em 2022, Flávio Augusto vendeu o time para a família Wilf, que já era dona do time de futebol Minnesota Vikings por um valor consideravelmente maior do que ele pagou. O montante não foi divulgado, mas as estimativas na imprensa especializada é que os Wilf tenham pago US$ 400 milhões (ou R$ 2,1 bilhões no câmbio da época).