Follow-on: entenda o que é esse tipo de oferta

follow-on

Na Bolsa de Valores, há duas formas das empresas levantarem recursos: fazendo uma oferta inicial de ações, o IPO, e fazendo uma oferta subsequente de ações, o follow-on.

Neste artigo, explicamos o que é o IPO e a importância dele para as empresas.

Agora, vamos explicar o que é um follow-on.

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O que é o follow-on

O follow-on é uma oferta de ações que as empresas fazem depois que elas já estão listadas na Bolsa de Valores.

Ou seja, depois que elas fazem o IPO e listam suas ações na Bolsa, toda oferta de ações que ela fizer é chamada de um follow-on.

Para as empresas, é muito mais fácil fazer um follow-on do que um IPO. Isso ocorre porque depois que elas já são listadas na Bolsa elas já tem uma base de acionistas e já são muito mais conhecidas dos investidores.

Muitas vezes, a própria base de acionistas da empresa já se dispõe a comprar as ações, possibilitando que a oferta seja feita sem precisar convencer outros investidores a investirem.

O follow-on é interessante porque, assim como o IPO, é uma forma das empresas levantarem recursos sem precisarem aumentar seu endividamento, o que aumenta o risco do negócio.

Tipos de ofertas

Assim como no IPO, há dois tipos de ofertas no follow-on: a primária, na qual ocorre a emissão de novas ações e o dinheiro da venda entra no caixa da companhia; e a secundária, que consiste na venda de ações detidas por algum acionista relevante da companhia que, por algum motivo, quer se desfazer dos papéis.

A oferta primária gera a diluição da participação dos acionistas que optarem por não participar da oferta.

Isso acontece porque a empresa vai passar a ter mais ações em circulação. Então a quantidade de ações que um investidor tinha antes passa a representar uma porcentagem menor do todo.

Vamos pegar um exemplo: imagine um investidor que tem 100 ações de uma empresa que tem 1.000 ações emitidas. A participação desse acionista é de 10%.

Se a empresa emitir mais 500 ações, esse investidor vai ter as mesmas 100 ações de uma empresa que tem 1.500 ações emitidas — uma participação de 6,67%.

Nas ofertas secundárias isso não acontece porque não há a emissão de novas ações, apenas a venda de ações que já existiam.

Por que fazer um follow-on

Uma empresa pode optar por fazer um follow-on por diversos motivos, que variam muito de caso a caso.

Mas vamos tentar elencar os principais motivos por trás de uma oferta.

Quando se trata de uma oferta primária, em geral as empresas fazem um follow-on por dois motivos principais. 

O primeiro é levantar recursos para investir em alguma oportunidade de crescimento que a companhia mapeou, que pode ser desde uma aquisição de uma empresa concorrente ou complementar até a aceleração de sua expansão orgânica por conta de um bom timing de mercado.

O segundo motivo é porque a empresa está muito endividada e precisa dos recursos para reduzir suas dívidas. 

Nos últimos anos, essa segunda opção tem se tornado muito comum entre as empresas, já que os juros altos tornaram o custo das dívidas muito elevado fazendo as empresas buscarem alternativas para reduzir seu endividamento.

Outra opção seria levantar os recursos para ter um colchão de liquidez para o caso de alguma boa oportunidade aparecer no futuro. Nesse caso, no entanto, é mais difícil para as empresas emplacarem a oferta já que o investidor estaria dando quase um cheque em branco. 

No caso de uma oferta secundária, o investidor pode estar vendendo porque precisa de liquidez porque algum motivo pessoal, ou porque não acredita mais nos fundamentos da empresa e por isso decidiu se desfazer das ações. 

É muito importante tentar entender os motivos por trás da venda porque um controlador vendendo porque não acredita mais nos fundamentos da empresa pode ser um ótimo indicativo de que o negócio deixou de ser um bom investimento.

Follow-ons recentes

O ano de 2023 foi lotado de follow-ons. Até setembro, o último dado divulgado pela B3, haviam ocorrido 17 ofertas no ano, que levantaram quase R$ 30 bilhões.

Algumas empresas que fizeram follow-ons no ano passado foram: Assaí, Dasa, Hapvida, Localiza e SmartFit. 

Um dos maiores foi o da Localiza, que levantou R$ 4,5 bilhões com investidores em uma oferta em junho.

No caso da Localiza, o objetivo da oferta era investir em crescimento. A companhia disse que pretendia usar o dinheiro para comprar novos carros para expandir sua frota de aluguel.