Fundos imobiliários: os maiores dividendos de 2023

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Dez em cada dez investidores de fundos imobiliários estão buscando dividendos — aquele pingado mensal que cai na conta e que, com o tempo, pode te permitir viver de aluguel.

Sendo assim, um dos indicadores mais importantes que todo investidor olha na hora de investir em FIIs é o famoso dividend yield, a divisão do valor que a cota do fundo negocia na Bolsa hoje pela quantidade de dividendos pagos nos últimos doze meses.

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Evidentemente, esse indicador não pode ser analisado sozinho, já que ele pode dar uma visão míope sobre a qualidade de um fundo. 

Isso acontece porque muitos fundos que estão pagando altos dividendos hoje podem estar fazendo isso por algum fator pontual e não-recorrente, ou por terem se alavancado muito. 

Ou seja, o dividendo de agora pode não ser sustentável no longo prazo, gerando uma dor de cabeça para o investidor no futuro.

No caso de fundos de papel — que investem em CRIs ou outros fundos imobiliários — os altos dividendos também têm a ver em muitos dos casos com uma estratégia mais arriscada, conhecida como high yield. Nessa estratégia, o fundo investe em títulos com um alto retorno mas que embutem um risco muito maior. Isso pode gerar bons retornos no curto prazo, mas pode acarretar em produtos.

Alguns dos fundos imobiliários da lista de maiores dividendos de 2023 estão nessa situação, tornando o investimento arriscado apesar do alto retorno momentâneo. 

Dito isso, sempre é interessante ter conhecimento sobre os maiores dividendos do ano, até para entender se esses fundos imobiliários de fato são boas oportunidades.

Abaixo, listamos os maiores dividendos de fundos imobiliários do ano passado, com uma breve descrição de cada fundo.

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Maiores dividendos de 2023

Bluemacaw Logística (BLMG11) — 20,64%

O Bluemacaw Logística é um fundo gerido pela BlueMacaw e focado no segmento de galpões logísticos e industriais, especialmente aqueles dedicados ao ecommerce, que responde por 85% da receita do fundo hoje.

O BLMG11 tem R$ 1 bilhão em ativos divididos em quatro galpões, dois em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um em Minas Gerais.

A taxa de ocupação hoje é de 100%, com uma duração média dos contratos de 6,8 anos.

Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11) — 20,15%

O Devant Recebíveis Imobiliários é um fundo de papel gerido pela Devant Asset. Ele aplica os recursos em CRIs, que são títulos de renda fixa atrelados à ativos do setor imobiliário. 

O fundo começou a operar em agosto de 2020 e tem um patrimônio líquido de R$ 1,3 bilhão alocados em dezenas de CRIs.

O fundo investe também em outros fundos imobiliários, mas essa estratégia representa uma parcela muito pequena do portfólio (menos de 10%). 

Recentemente, o DEVA11 sofreu alguns calotes de alguns CRIs do portfólio, o que tem impactado um bom os resultados. 

Hectare CE (HCTR11) —18,08%

O Hectare CE é outro fundo imobiliário de papel. Ou seja, que investe em CRIs ou outros FIIs listados na Bolsa. 

O Hectare tem um patrimônio líquido de R$ 117 milhões e uma base de pouco mais de 1.000 cotistas. 

Desde setembro, o Hectare tem sofrido com a desconfiança do mercado depois de ter que reduzir bastante seus dividendos por conta de calotes que recebeu de alguns dos CRIs que investia.

Urca Prime Renda (URPR11) — 17,56%

O Urca Prime Renda também é um fundo de papel, que investe maioritariamente em CRIs. Assim como os demais fundos de papel da lista, o URPR11 tem uma estratégia high yield, o que tem turbinado os dividendos de curto prazo. 

O Urca Prime Renda foi fundado em 2019 e tem um patrimônio líquido de R$ 1,1 bilhão, que veio de diversas emissões de cotas que ele fez ao longo dos anos. 

O fundo tem 37 CRIs no portfólio hoje, divididos em diversos subsegmentos, como loteamento, multipropriedade e residencial. 

Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11) — 17,50%

Com R$ 385 milhões em patrimônio líquido, o Cartesia Recebíveis Imobiliários também investe em CRIs.

Mas, diferente dos outros fundos, o CACR11 foca apenas em CRIs de projetos residenciais de média e alta renda, que são estruturados para financiar esses projetos.