A cada quatro meses, a B3 faz uma recalibragem do IFIX, o principal índice hoje para acompanhar o desempenho dos fundos imobiliários listados na Bolsa.
Na semana passada, a B3 divulgou a nova composição do IFIX, tirando três fundos da carteira e incluindo outros dois.
Para definir a carteira do índice, a B3 leva em conta critérios como liquidez, tamanho e reputação do fundo. A ideia é ter uma fotografia dos principais fundos imobiliários de dado momento, permitindo ter uma leitura mais assertiva sobre a performance do setor como um todo.
O IFIX foi criado em 2012 pela B3, então o índice já possui um amplo período de cobertura, o que permite ter uma visão histórica sobre o setor.
Hoje, o IFIX é composto por 108 fundos imobiliários, sendo que o setor mais representativo é o de papéis, seguido pelo de logística, shoppings misto e lajes corporativas.
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As mudanças de janeiro
Na recalibragem deste mês, a B3 mudou a composição do IFIX tirando três FIIs. O primeiro foi o Brasil Plural Fundo de Fundos (BPFF11), que é um fundo de papel que investe principalmente em cotas de outros fundos imobiliários.
O BPFF11 tem um patrimônio líquido de R$ 342 milhões e cerca de 18 mil cotistas.
O segundo fundo que saiu do índice foi o Mogno Fundo de Fundos (MGFF11), que também é um fundo focado em investir em cotas de outros fundos. Nesse caso, a saída teve a ver com a incorporação do MGFF11 por outra gestora.
Em novembro passado, a Valora fez uma proposta para comprar todos os ativos da Mogno por mais de R$ 600 milhões.
Com isso, os fundos da gestora mudaram sua gestão para a Valora ou foram incorporados por outros fundos da casa. No caso do MGFF11, ele foi incorporado pelo Valora Hedge (VGHF11).
O terceiro fundo que saiu do IFIX foi o NCH Brasil Recebíveis Imobiliários (NCHB11). Esse fundo também é de papel, mas diferente dos outros dois ele é focado em investir em CRIs, títulos de dívida atrelados a ativos imobiliários.
O NCHB11 tem um patrimônio líquido de R$ 153 milhões e quase 11 mil cotistas.
Ao mesmo tempo, a B3 incluiu dois novos fundos no IFIX: o More Recebíveis Imobiliários (MORC11) — que é um fundo que investe em CRIs e que também está no processo de ser absorvido por outro FII, o RVBI11 — e o SPX SYN Multiestratégia (SPSX11), que tem um mandato bem amplo, investindo em cotas de outros fundos, CRIs, ações de empresas do setor imobiliário e imóveis.
Composição do IFIX
O IFIX é composto hoje por 108 fundos diferentes, com uma diversificação setorial bem grande, e pouca exposição a um único ativo.
Como vai ficar claro, há uma predominância grande de fundos geridos pela Kinea, que é uma das maiores gestoras de FIIs hoje no Brasil.
As cinco principais posições do IFIX hoje são:
Kinea Índices de Preços (KNIP11) — 6,102% (na carteira anterior a participação era de 6,149%).
Kinea Recebíveis Imobiliários (KNCR11) — 4,742% (na carteira anterior a participação era de 4,677%).
CSHG Logística (HGLG11) — 4,369% (na carteira anterior a participação era de 4,526%).
Kinea Renda Imobiliário (KNRI11) — 3,194% (na carteira anterior a participação era de 3,227%).
XP Malls (XPML11) — 2,901% (na carteira anterior a participação era de 2,869%).
Impactos da saída do IFIX
Além de ter um impacto reputacional para os fundos, a saída do IFIX pode gerar uma queda nas cotações. Isso acontece porque existem investidores e fundos passivos que investem replicando a carteira de índices.
Quando essa carteira muda, esses investidores vendem os fundos que saíram do índice, gerando uma pressão vendedora no papel.
O contrário também é verdadeiro: quando um fundo entra para o IFIX isso pode gerar um impacto positivo na cotação no curto prazo.